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Demissão humanizada – como reduzir os impactos de uma demissão

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Em maio desse ano, uma startup de gestão de restaurantes anunciou uma reunião por videoconferência para seus funcionários. Na ocasião, foi relatado que um investidor havia voltado atrás num aporte de recursos e que, por conta disso, a empresa demitiria 40% de seus colaboradores.

Infelizmente, situações como a descrita acima não são tão raras. Durante o auge da pandemia, pode-se afirmar que esse cenário era bastante comum. Dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo perderam seus meios de subsistência, muitas vezes com pouco ou nenhum aviso prévio.

É claro que demitir um funcionário não é uma tarefa fácil, mas, por vezes, trata-se de uma medida necessária para a própria sobrevivência do negócio. No entanto, apesar do fato de que tais ações são certamente justificadas – particularmente nestes tempos – há cálculos morais e éticos que devem ser feitos em torno dessa decisão. Além disso, uma demissão mal realizada reflete diretamente no valor da marca e na maneira como ela é vista pelo mercado.

Neste texto, falaremos sobre a demissão humanizada e as formas de implantar essa estratégia em sua empresa. Boa leitura!

O que é demissão humanizada?

A demissão humanizada (também conhecida como “outplacement”) nada mais é do que um desligamento justificado, comunicado e devidamente explicado ao funcionário, de forma bastante empática e respeitosa.

Ela surgiu nos Estados Unidos na década de 60, num período em que ocorreram demissões em massa em setores de engenharia e ciência, devido à crise nos setores aeroespacial e de eletroeletrônicos. No Brasil, esse conceito veio mais tarde, nos anos 80, mas ganhou relevância nas empresas a partir dos anos 2000.

O objetivo dessa prática é minimizar os problemas que podem surgir com a demissão do colaborador, criando um ambiente positivo e menos estressante para todos.

O que diz a legislação sobre demissões em massa?

Antes da Reforma Trabalhista de 2017, as demissões em massa precisavam da autorização dos sindicatos. Esse entendimento foi reforçado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que, no último dia 8 de junho, determinou ser imprescindível a participação prévia de sindicatos nos casos de demissões coletivas.

O trabalhador demitido coletivamente tem direito a receber os mesmos valores envolvidos em demissões convencionais. Isso inclui aviso prévio de 30 dias indenizado, 13º salário, férias remuneradas, multa de 40% do FGTS, entre outras verbas. E, na hipótese de a demissão do funcionário ter ocorrido de forma desrespeitosa por parte da empresa, é possível pleitear, ainda, condenação por danos morais.

Por que realizar uma demissão humanizada?

A forma como uma empresa demite seus colaboradores guarda relação direta com a reputação que ela busca. De nada adianta ter uma gestão voltada para a qualidade de vida no trabalho se, no momento da demissão, o funcionário é desrespeitado.

Além disso, o sucesso de uma empresa depende da dedicação de seus colaboradores. Ignorar isso em tempos de crise é irresponsável e antiético. Nesse sentido, a humanização do processo de demissão é uma forma que a empresa tem de fortalecer seus princípios e demonstrar seu comprometimento com a responsabilidade social.

O desligamento de um funcionário feito de forma respeitosa colabora para o fortalecimento da marca empregadora, refletindo no clima organizacional da empresa, ao maximizar a confiança dos profissionais remanescentes, que sabem que a companhia se preocupa com seu bem-estar.

Prova disso é que no recente estudo feito pela FIA Employee Experience (FEEx), que origina o Prêmio Lugares Incríveis Para Trabalhar, 96% dos melhores ambientes de trabalho no Brasil são de empresas que  realizam entrevistas de desligamento de maneira formal e estruturada (sendo 91% para demissionários e 78% para demitidos).

No entanto, esse percentual cai para 79% (71% para demissionários e 65% para demitidos) entre as empresas não classificadas, o que corrobora a importância de boas práticas em gestão de pessoas, inclusive neste final da jornada do colaborador.

Por fim, processos demissionais feitos neste modelo são muito transparentes, precisos e compreensíveis características que ajudam a reduzir os riscos de futuros processos trabalhistas. Enfim, há ganhos para ambas as partes.

Conduzindo uma demissão humanizada?

Seja qual for o motivo, caso a demissão de um funcionário seja inevitável, aqui estão algumas dicas para fazer isso com ética.

  1. Comunique pessoalmente: Jamais faça uma demissão por telefone, por e-mail ou por mensagem no celular. Caso não seja possível estar frente a frente com o colaborador, faça por meio de uma reunião on-line, no caso de colaboradores que trabalham em home office ou remotamente.

Por quê? O contato cara a cara – ainda que separados por uma tela –, demonstra muito mais respeito e comprometimento. A pessoa diretamente responsável pela demissão deve estar disponível para que o funcionário possa tirar dúvidas, bem como para receber qualquer feedback construtivo.

  1. Agradeça o colaborador: Mostre ao funcionário que ele foi importante para a empresa até aquele momento, independentemente do motivo do desligamento. Ressalte os pontos positivos de sua trajetória, deixando claro o porquê de ele não fazer mais parte dos quadros da empresa.

Por quê? A demissão é um momento bastante delicado. Apontar pontos positivos da sua jornada na empresa eleva sua autoestima.

  1. Ofereça suporte: Ajudar os funcionários a fazer a transição para um novo emprego é sempre uma boa ideia. Seja entrando em contato com recrutadores de outras empresas, oferecendo uma carta de recomendação ou indicando para outra organização.

Por quê? Construir uma reputação como uma empresa atenciosa e empática é sempre benéfico, pois ajuda na contratação de funcionários, fortalece o nome da companhia, além de ser um dever social relevante.

No final do dia, a pessoa sentada à sua mesa é um ser humano, e todos nós merecemos ser tratados com dignidade e respeito em todas as situações. Para não agravar ainda mais o estresse ou desgaste durante esse processo de demissão, é fundamental conduzir a conversa de forma correta, justa e humana. Acredite: esses cuidados fazem muita diferença.

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